segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A dor é sobreposta ao silêncio? - Tudo surge no silêncio.


"A dor é sobreposta ao silêncio?

Tudo surge do silêncio.

Então o silêncio é constante e a dor é, de alguma forma, estranha?

Quando você fala de dor, alguém sente esta dor, um “alguém” que aparece do silêncio. A dor é uma percepção que nós, geralmente, evitamos sentir mediante um muito rápido processo de conceituação. Como o conceito de dor e sua percepção não podem ocorrer simultaneamente, devemos abandonar a ideia e sentir a percepção pura. Ao sermos conscientes da sensação, sendo seu conhecedor, nós estamos fora da dor, ou mais precisamente, a dor aparece em nossa observação, em nosso silêncio sempre presente.

Há diversos modos de relacionar-se com a dor. Geralmente, tendemos a evadi-la ou a dirigi-la de alguma maneira, mas então ficamos nela enredados através do esforço da vontade. Quando simplesmente observamos e permitimos que a dor se expresse, a energia estabelecida como dor se torna fluida. No olhar puro, não há ninguém, nenhum ego dirigente, e esta energia, não encontrando lugar algum para se localizar, reintegra-se à totalidade.

É importante para você aprender a viver com a dor. Nunca a conceitue. Eu lhe darei um exemplo do que quero dizer. Se você se sente cansado e diz a si mesmo “Estou cansado”, identifica-se instantaneamente com a fadiga. Esta identificação faz de você um cúmplice deste estado, com isso, você o sustenta. Mas se você descansa e permite que a fadiga se expresse, ele se torna um objeto de sua observação. E, como você não é mais um cúmplice dela, o sentimento de cansaço se dissolve rapidamente e você se sente completamente descansado.